segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Vista cançada


Acho que foi Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o roia – e daquele tiro brutal.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isso: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo o dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nós cerca é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe pergunta o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-se bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como ele era? Sua Cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes deixa baixa a voltagem. Mas, há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos.

E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher. Isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia–a-dia, opacos. È por ai que se instala no coração o monstro da indiferença.

Otto Lara Resende.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA - DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA

Coordenador: Prof. Dr. Eraldo Schunk

Vice-coordenadora: Msc. Ângela Marconi

APRESENTAÇÃO

O Bacharelado em Estatística da Universidade Estadual de Maringá – UEM foi criado em 15/12/1999, através da Resolução nº 162/99-CEP, Em março de 2004, formou-se a primeira turma do curso de Graduação em Estatística – Habilitação Bacharelado. Atualmente, o Curso de Graduação em Bacharelado em Estatística da UEM é integral (vespertino e noturno) e tem duração regular de 4 anos.

No Brasil, a profissão de Estatístico foi reconhecida em 15/07/1965, pela Lei 4739, tendo a profissão sido organizada através do Conselho Federal de Estatística e dos Conselhos Regionais. Além da organização legal e sindical, os estatísticos estão ainda agrupados em Sociedades Científicas que promovem encontros, congressos e que são também encarregados da divulgação de pesquisas e resultados na área de estatística.

Para se tornar um estatístico é necessário dominar uma série de disciplinas nas áreas de matemática, probabilidade, estatística e computação. Além, disso é necessário freqüentar as aulas prática feitas no Laboratório de Estatística do Departamento, cuja função é dar assessoria a projetos de pesquisas nas diversas áreas.

A profissão do Estatístico exige criatividade, boa base matemática, habilidade no uso de "softwares" e muita capacidade de interação com profissionais de outras áreas, já que freqüentemente o estatístico terá que trabalhar em áreas do conhecimento com as quais muitas vezes ele não manteve contato anteriormente. A Estatística é, por isso, uma profissão de desafio fascinante com mercado de trabalho em contínua expansão.

O Estatístico é requisitado pelas mais diversas instituições: Indústrias, Instituições públicas, Hospitais e instituições de pesquisa médica, Empresas de pesquisa de opinião e mercado, Bancos e companhias de seguro, etc.

Pretendemos com o ESPAÇO FISHER oportunizar a todos os interessados na ciência estatística, um ambiente de discussão, informação e divulgação da ciência estatística. Com isso acreditamos que este espaço é mais um veículo a serviço da formação de estudantes com visão critica e aprofundada da ciência estatística. Esperamos que este espaço seja aproveitado para discutirmos e aprofundarmos nossos conhecimentos sobre os temas e assuntos abordados em nosso curso. Esperamos receber indicações de links, artigos, crônicas, e-books, críticas, dicas de eventos, enfim toda informação que julgarem ser interessante para melhorar nossa formação. Vamos estreitar os laços de cooperação e estimular discussões sobre os temas: ciência estatística, epistemologia do método estatístico, ... Sejam bem-vindos ao nosso blog.

A coordenação do Curso desde já agradece sua participação.

Sejam bem-vindos!