Curriculum VitaeBolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Possui o Bacharelado em Matemática pela Universidade Católica de Pernambuco (1973), Graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (1974), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1976), doutorado em Estatística - Imperial College, University of London (1982), pós-doutorado na University of London (1986-1987) e no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (1990-1992). Tem sido revisor dos seguintes periódicos: Annals of the Institute of Statistical Mathematics, Biometrika, Brazilian Journal of Probability and Statistics, Brazilian Review of Econometrics, Communications in Statistics, Computational Statistics and Data Analysis, Journal of Multivariate Analysis, Journal of the Royal Statistical Society - B (Methodological), Journal of Statistical Computation and Simulation, Journal of Statistical Planning and Inference, Metrika, Statistics & Probability Letters e TEST. Foi Presidente da Associação Brasileira de Estatística (ABE) de 2000 a 2002 e membro do Comitê Assessor de Matemática e Estatística do CNPq. Foi editor do Brazilian Journal of Probability and Statistics (1995-2000) e um dos idealizadores deste periódico. Até o momento publicou cerca de 101 artigos científicos em periódicos internacionais com "referees". Tem experiência na área de Estatística, com ênfase em inferência paramétrica, atuando principalmente nos seguintes temas: correção de testes estatísticos, distribuições de probabilidade, estimação de máxima verosossimilhança em pequenas amostras, modelos lineares generalizados, modelos não-lineares heterocedásticos, modelos não-lineares da família exponencial e teoria assintótica. Recebeu o Prêmio ABE-2008 pelos relavantes serviços prestados à Estatística.
Entrevista cedida na 41 Reunião da ABE - VI Jornada de Estatística de Maringá
O professor PhD Gauss Moutinho esteve abrilhantando nossa 41 Reunião Regional da ABE, entre os dias 5 e 7 de novembro de 2008. Pesquisador de renome internacional, grande mestre e entusiasta do ensino da estatística no Brasil, cedeu com exclusividade esta entrevista ao Prof. Dr. Eraldo Schunk, coordenador do Bach em Estatística- UEM.
Como e quando surgiu seu interesse pela estatística?
Comecei a ter interesse pela Estatística num curso de probabilidade que fiz no mestrado de Engenharia de Produção da COPPE em 1975, quando constatei que um percentual significativo das aplicações da pesquisa Operacional envolvem estatística.
Qual (is) matéria(s) o Sr. mais gostava na universidade?
Nos meus cursos de Engenharia Civil e de Matemática, em nível de graduação, eu gostava de Cálculo e Álgebra Linear.
Ao olhar para trás, o Sr. percebe que poderia fazer o curso de maneira diferente?
Na minha época de graduação (1970-1974) poucos alunos iam estudar Estatística na UFPE. Fiz a opção pela Matemática e Engenharia Civil, que eram os cursos mais conceituados.
Como o Sr. foi parar na Área de Teoria Assintótica?
Fui parar na Área de Teoria Assintótica no meu doutorado, no Imperial College, Universidade de Londres, entre 1979 e 1982. Durante meu mestrado em Engenharia de Produção, no ano de 1975, fiquei mais interessado em Processos Estocásticos e emTeoria das Filas.
O Sr. escolheria esta área novamente caso tivesse a oportunidade de mudar?
Eu fiz a escolha correta pela Teoria Assintótica, pois pertence à intersecção entre Matemática e Estatística.
Qual é a importância da estatística na área de Teoria Assintótica?
Os Métodos Assintóticos procuram refinar a teoria existente em grandes amostras para amostra reduzidas.
Esta área é promissora?
A Área de Teoria Assintótica é bastante promissora face aos avanços computacionais. Os softwares de Computação Simbólica, tipo MAPLE e MATHEMATICA, ajudam de forma considerável o desenvolvimento dos Métodos Assintóticos.
Nesta área é preciso dar continuidade aos estudos?
Claro. O nosso capital-humano no Brasil em Teoria Assintótica é bastante reduzido e deve crescer mais no médio prazo, com a orientação de alunos de mestrado e doutorado nessa área.
Os recém-formados vão encontrar pelo caminho um mercado diferente do seu?
Os recém-formados hoje, em Estatística, têm mais opções no mercado de trabalho do que há 30 anos. A computação conjugada à Estatística abriu novos leques de pesquisa.
Quais são os conselhos que o Sr. deixa para os novos profissionais? O que fazer e o que não fazer na carreira profissional?
Acho que cada formando deve investir na área de estatística, que tem mais talento como: Estatística Computacional, Modelos de Regressão, Séries Temporais, Redes Neurais, etc.
Eraldo: Professor Gauss, muito obrigado, pela entrevista!
Gauss: Precisando, disponha. Foi um grande prazer!
em 6 de novembro de 2008