Curriculum vitae:
Bacharel em Estatística pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME/USP) Especialista em Desenvolvimento de Estratégias de Crédito - HSBC Bank Brasil.
Eraldo: Como e quando surgiu seu interesse pela Estatística?
Marcos: Eu ingressei na licenciatura em matemática, e tudo começou com uma disciplina de Estatística básica. Gostei e achei que tivesse facilidade para a coisa, mas desconhecia completamente as aplicações, só conseguia pensar no censo do IBGE. Então uma amiga me convenceu a mudar de curso, mostrou-me diversas aplicações e possibilidade, além do mercado de trabalho que estava se expandindo.
Eraldo: Qual a matéria que você mais gostava na universidade?
Marcos: Tinha um gosto especial por Análise de Regressão (e depois por Modelos Lineares Generalizados), Análise Multivariada e Processos Estocásticos.
Eraldo: Ao olhar para trás, você percebe que poderia fazer o curso de maneira diferente?
Marcos: Sim, mas no tocante às disciplinas optativas de outros departamentos. Nós tinhamos muita dificuldade para conseguir matrícula, e as vezes não havia muita possibilidade de escolha.
Eraldo: Como você foi para na área financeira?
Marcos: Uma oportunidade para trabalhar numa grande instituição financeira, multinacional, numa equipe com profissionais experientes, um deles referência no mercado e uma grande referência pessoal. Não pensei duas vezes.
Eraldo: Você escolheria essa área novamente caso tivesse a oportunidade de mudar?
Marcos: Essa pergunta não é tão fácil de ser respondida, porque os primeiros passos por vezes definem boa parte da trajetória profissional. Gosto de outras áreas (Pesquisa em Saúde, por exemplo) e é bem provável que se houvesse uma oportunidade na época teria aceitado e estaria tão satisfeito como hoje.
Eraldo: Qual a importância da estatística na área financeira?
Marcos: A área financeira tem muitas aplicações da Estatística, em especial Risco de Crédito, na qual trabalho. Alguns exemplos são as previsões, precificação de taxas de juros, seleção de clientes para a oferta de produtos, administração dos limites concedidos, controle de risco... De modo geral, a ideia é vender mais com menos risco, ou pelo menos com risco conhecido e sob controle. São questões ligadas à essência do próprio crédito, e por ai podemos inferir a importância da Estatística nesse mercado.
Eraldo: Esta área é promissora?
Marcos: Sim, bastante promissora, por diversos aspectos, inclusive o regulatório.
Eraldo: Nesta área é preciso dar continuidade aos estudos?
Marcos: Sim, sem dúvida; o estatístico pode melhorar sua formação (mestrado, doutorado, especialização em estatística), ou adquirir outras competências e habilidades, por exemplo, ligadas a administração, gestão de projetos, etc. Qualquer das opções (ou ambas) somam pontos para encontrar um emprego e para mantê-lo após a contratação.
Eraldo: Os recém-formados vão encontrar um caminho no mercado diferente do seu?
Marcos: Acredito que sim, há vários novos campos de atuação. Se há algum tempo as empresas estavam descobrindo os estatísticos, estes primeiros "desbravadores" mostraram resultados e abriram caminho para novos profissionais. Com isso, há ramos em que o uso de técnicas estatísticas já está consolidado, o que pode exigir maior criatividade e capacidade técnica do profissional para poder se destacar.
Eraldo: Quais os conselhos que você deixa para os novos profissionais? O quê fazer e o quê não fazer na carreira profissional?
Marcos:
O que fazer: aproveitar a graduação: estudar, discutir, procurar ir além da ementa, até para descobrir gostos e vocações. Chatear, no bom sentido, professores e monitores. envolver-se com projetos do depertamento. Se não há apelo computacional no curso, o que acho improvável no cenário atual, corre atrás.
O que não fazer: deixar de se dedicar a alguma disciplina por conta do professor ou por julgá-la "chata" ou sem utilidade. Isso é mais comum do que parece e é difícil cobrir a lacuna depois.
- Muito obrigado Marcos!
- Por nada, estou sempre a disposição!
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