Cor da pele não determina capacidade. As cotas raciais perpetuam o estereótipo de desigualdade, levando à subestimação do conhecimento dos negros. O sistema de cotas raciais implementado pelas universidades é uma espécie de benefício que o governo oferece para que pessoas negras ou pardas, consideradas minoria no ensino superior, possam entrar em uma universidade sem, necessariamente, obter bons resultados no vestibular. De acordo com informações divulgadas no site Brasil Escola (http://www.brasilescola.com/), essa benfeitoria foi adotada primeiramente no Rio de Janeiro, após a promulgação da lei nº 3.708, de 9 de novembro de 2001. A lei, adotada mais tarde em outros Estados (na Universidade Estadual de Maringá a regulamentação do Sistema de Cotas foi aprovada em maio deste ano e passa a vigorar nos vestibulares de 2009 que vão promover o acesso de candidatos em 2010), estabelece cota de 40% para negros e pardos. Ou seja, quase a metade das vagas reservadas serão ocupadas em função da cor da pele da pessoa e não pelo desempenho no vestibular de universidades públicas. Porém, as cotas raciais também são formas de discriminação e desigualdade. Discrimina-se, agora, o branco, o oriental, que, muitas vezes, mesmo obtendo os melhores resultados no vestibular, ficam de fora das universidades.Isso contraria totalmente o princípio de igualdade entre os cidadãos. Se todos são iguais perante a lei, a cor da pele não deveria garantir vantagens para uma ou outra raça. Além do mais, esse tipo de benefício parece subestimar a capacidade que os negros ou pardos têm de serem aprovados. Até mesmo militantes do Movimento Negro Socialista fazem manifesto contra a política de cotas para negros. De acordo com informações publicadas no portal G1 (http://www.g1.globo.com/), 104 pessoas se reuniram para debater o assunto no dia 10 de maio deste ano. Os integrantes do movimento explicaram que são contra a criação das cotas raciais porque querem viver em um país onde a distinção motivada pela cor da pele não exista. Dessa forma, nota-se que mesmo os negros concordam que a cor da pele não deve garantir-lhes nenhuma vantagem. Ao contrário das cotas raciais, as cotas sociais beneficiam pessoas de acordo com a situação econômica. Seria mais justo e menos desigual oferecer vantagem ao aluno que, por conta da precariedade do ensino que recebeu, não conseguiu garantir vaga na universidade. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2004, 19,6% da população branca podia ser considerada pobre, percentual que alcançava 41,7% entre a população negra. Sendo assim, é possível perceber que as cotas sociais não deixariam de beneficiar os negros, mas também iriam atender pessoas de outras raças. Dessa forma, os negros, e os brancos também, não conseguem garantir vagas na universidade porque freqüentaram o ensino público repleto de falhas, que não foi suficiente para quem deseja estar entre a lista de aprovados nos vestibulares. Portanto, a cor da pele não deve assegurar qualquer tipo de primazia. Brancos, negros, índios, pardos ou orientais têm a mesma capacidade cognitiva para obter boas notas no vestibular e entrar na universidade. O que falta para muitos é, por conta da situação econômica, oportunidade. O governo deveria instituir mudanças no ensino público, fundamental e médio, melhorando o aprendizado desses alunos, para que, quando forem prestar vestibular, estejam preparados. Desse modo, se o aluno recebeu um ensino ruim e, por conta de cotas entra na universidade, pode não se tornar um bom profissional. Por outro lado, se entra porque é qualificado, a situação é outra. Talvez, com o tempo, nem as cotas sociais sejam necessárias, pois se o ensino de base for bom, pessoas de qualquer raça e de qualquer classe social estarão aptas para fazer um curso superior.
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